sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Toda solidariedade à luta curda!


Belo Horizonte, 10 de outubro de 2014.

Desde 2011 a Síria sofre com uma guerra civil violenta onde vários interesses estão em jogo. Atualmente, quatro grandes grupos controlam territórios no país: O governo; forças opositoras; grupos fundamentalistas de extrema-direita, como o Estado Islâmico (ISIS); e forças curdas de resistência.

Nessa situação de guerra, enquanto o Estado Islâmico segue conquistando novos territórios, o povo curdo resiste aos ataques se defendendo e está fazendo uma verdadeira Revolução Social em suas regiões (cidades como Kobane e Rovaja).

Estão criando comunidades livres, autônomas, baseadas no princípio da democracia direta, da cooperação e solidariedade. As decisões das comunidades curdas são tomadas por assembleias populares; foram criados conselhos populares, alguns que são somente de mulheres e somente de jovens; milícias armadas são organizadas pelo povo curdo, incluindo uma de mulheres conhecida como YPJ (Unidade de Proteção Feminina, ligada ao YPG, Unidade de Proteção Popular), que estão fazendo várias operações de combate contra as forças do Estado Islâmico. “Esses caras enlouquecem quando ouvem que somos mulheres combatentes”, diz Roshna Akeed, comandante YPJ que lidera as(os) curdas(os) na linha de frente de Ras al-Ayn.

Apesar da distância, o que o povo curdo está fazendo é tudo aquilo que defendemos, que queremos transformar. Se formos pensar, é muito do que a Ocupação Guarani-Kaiowá e todas as outras ocupações demonstram também. Uma nova organização solidária, de base, enquanto lutamos pelos nossos direitos e contra os governos que nos reprimem; as ocupações de moradia têm tudo a ver com a resistência do povo curdo e a sua forma de organizar, com o mundo novo que sonhamos e que construímos enquanto resistimos.

Por isso, Prestamos solidariedade ao povo curdo, às cidades libertadas de Koabi e Rovaja, às mulheres curdas, guerreiras e revolucionárias, e reforçamos nossa posição de resistência e luta contra os governos, os grupos de extrema-direita, o imperialismo americano que financia as guerras no mundo com interesses econômicos e também os grupos que estão na guerra com a intenção de governar, oprimir e lucrar em cima do povo sírio, curdo e muçulmano.

O povo deve se organizar por si mesmo, organizar sua vida, desde abaixo, nas assembleias populares, nos conselhos, nas organizações femininas, nas comunidades livres, autônomas e democráticas. Dignos são os povos que se rebelam contra a dominação, que sonham e constroem um mundo novo, livre e igual!

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